28º aniversário de morte de Dom Frederico Didonet, primeiro Bispo da Diocese do Rio Grande
4 de outubro de 2016
Missa presidida por Dom Ricardo Hoepers, na Catedral de São Pedro do Rio Grande
Queridos irmãos e irmãs
Hoje celebramos São Francisco de Assis, grande Santo da Igreja Católica, e aproveito para agradecer todo o trabalho desenvolvido pelos Franciscanos nesta Diocese, religiosos e religiosas que se dedicam noite e dia pelas obras da caridade e do cuidado com os mais necessitados. Aos Frades Menores: Frei Paulo e Frei Rodrigo, aos Frades Capuchinhos: Frei Nilo e Frei Flávio, às irmãs Franciscanas Irmãs Aidê, Cláudia, Ivoni, Liliane e Mailde que atendem a Santa Casa de Misericórdia.
E foi nesta mesma Santa Casa que no dia 04 de outubro de 1988, Dom Frederico se encontrava internado…
“As duas horas da madrugada do dia 04/10/88 fez o sinal para que se acendesse a luz, e fixou o olhar na imagem de Nossa Senhora Medianeira e perguntou pelo crucifixo, que foi colocado à sua frente. Fixou o olhar na imagem por alguns momentos como se estivesse meditando ou falando com Cristo. Daí ele passou a fixar o olhar ora no crucifixo, ora na imagem da medianeira. Seu olhar parecia enxergar o céu, tal era a expressão de sua fisionomia, calma e tranquila”. (Do livro Dom Frederico Didonet: mestre de oração e verdade, vida, obra e pensamento vivo, 1990, p. 40)
Desde que cheguei na Diocese do Rio Grande e tenho conversado com as pessoas buscando conhecer mais da história e da cultura dessa Diocese, a cada dez pessoas, nove citam o nome de Dom Frederico. Portanto, sem tê-lo conhecido pessoalmente, cresce em mim, a cada dia, um afeto por esse homem que passou por aqui como o primeiro Bispo e deixou marcas tão profundas no coração dos riograndinos. Um Bispo que testemunhou sua fé até o último suspiro:
“Na manhã do dia 04 de outubro de 1988, terça-feira, Dom Frederico passou a serenar, a se apagar. Não mais se mostrava ofegante. Irmã Eulália, Madre da Santa Casa, veio lhe trazer a imagem de São Francisco, ao que Dom Frederico disse: São Francisco vem me buscar. Por duas vezes levantou o braço apontando para a imagem do Crucifixo e do Papa, outra vez apontando para Nossa Senhora. E assim, morreu, as 14h45 de mão dada com sua irmã Lidia e com lágrimas de todos os presentes”. (p.39).
Destaco, irmãos e irmãs as palavras do Pe. Décio que assim expressou-se em nome dos sacerdotes da Diocese:
“Quero agradecer a Deus pela vida edificante de Dom Frederico. Estamos tristes, é verdade, mas o céu se alegra. Estamos de luto mas o céu está em festa. Perdemos um Bispo, mas ganhamos um Santo. Perdemos um amigo mas ganhamos um intercessor no céu. Para nós, Dom Frederico foi um Bispo, um Pastor, um Pai, um amigo. Um Bispo fiel ao Evangelho de Jesus Cristo, à Igreja em transformação, ao Santo Padre, aos colegas, ao Episcopado. Um pastor preocupado com tudo e com todos, principalmente com os mais pobres, os prediletos de Jesus Cristo. Um pai que com o desvelo de quem quer o melhor do mundo para os seus filhos. Aberto ao diálogo, aceitando qualquer tipo de justificativa, valorizando todo e qualquer serviço em prol do Reino de Deus. Suas repreensões, um estímulo para vivermos o amor, o perdão, a misericórdia. Um amigo, que em horas doces ou amargas estava ao vosso lado. Um verdadeiro amigo das horas incertas. Para nós foi um Bispo, conosco um irmão. Seu lema, um reflexo de sua vida, e sua vida um espelho do Divino Mestre. Sua devoção a Maria, um exemplo para todos nós. Sua morte, uma oferenda digna de quem dá a vida por seus amigos. Suprema oferta de quem veio ao Rio Grande e ao mundo para servir. Dom Frederico, nosso Bom Fim ficou vazio, nossa Diocese também, mas ficou teu exemplo, teu testemunho, a tua vida para nos guiar. Interceda por nós, junto ao Pai, e junto a tua Mãe Santíssima” (p.55).
Queridos irmãos e irmãs, ao recordarmos de nosso querido Bispo que por primeiro assumiu nossa Diocese é resgatar o testemunho de fé e de amor que ele plantou e do qual fez frutificar muitas graças e bênçãos para toda a Diocese.
Gostaria de lembrar a todos vocês que muitas pessoas continuam a pedir a intercessão de Dom Frederico e têm recebido muitas graças especiais, todas elas registradas neste livro próprio. Sempre vale a pena ler e reler o testamento deixado por Dom Frederico fixado na entrada da sua cripta. Ali encontramos uma espiritualidade profunda e nela podemos também nós sermos inspirados para viver neste mesmo despojamento e na mesma fé.
Dom Frederico Didonet, que a luz perpétua o ilumine, descanse em paz. Amém