Queridos irmãos e irmãs paroquianos e paroquianas da Catedral de São Pedro
Cristo, ontem, hoje e sempre: gratidão e missão
Neste Domingo da Misericórdia, celebrado em todas as comunidades, queremos nos unir a toda Igreja e vivenciar profundamente em nossas vidas, a experiência do amor de Deus, que nos deu seu próprio Filho, para nos salvar. Sua misericórdia é redentora.
No Evangelho de hoje Tomé representa todas as nossas dúvidas, angústias, incredulidades e toda a nossa tendência de sermos fechados em nós mesmos e em nossas comunidades. Com a paz oferecida por Jesus queremos ser instrumentos, nos colocar a serviço do Reino de Deus, abrindo nossas portas e superando nossos medos diante dos desafios de nossa realidade.
Hoje estou encerrando a Visita Pastoral Missionária neste paróquia de São Pedro e venho testemunhar os sinais de Cristo vivo e ressuscitado, presente nas obras e na dedicação dos seus fiéis. Quantos medos nos engessam e nos trancafiam dentro de nossas sacristias com vontade de ficarmos protegidos pela fé em uma espiritualidade vazia e desassociada do mundo e dos reais problemas. Mas esse medo, aqui nesta paróquia está sendo substituído pela coragem dos cristãos que, unidos nos seus grupos de trabalhos pastorais e movimentos, estão se dispondo a sair e tornarem-se missionários e missionárias como os primeiros discípulos de Jesus.
Quebramos as amarras do medo quando nos dispusemos a levar uma palavra de Deus ao poder publico, tanto no legislativo quanto no executivo, mostrando que a Igreja está atenta aos problemas que vive nossa cidade.
Abrimos nossas portas quando saímos ao encontro de educadores e alunos de escolas publicas e confessionais fazendo uma visita missionária a todos os que se dedicam ao ensino e aprendizagem e tem a grande missão de garantir um futuro mais digno aos nossos jovens.
Escancaramos nossas portas quando visitamos os doentes, profissionais da sáude e funcionários do Hospital universitário e da Santa Casa juntamente com a equipe da Pastoral da Saúde levando um pouco dessa paz que o Cristo nos oferece a quem sofre as mesmas dores das chagas de Cristo.
Avançamos na superação do medo ao irmos de encontro com os pescadores que sentem-se injustiçados e sofrem com leis pesadas impedindo seu trabalho artesanal e de justo sustento de suas famílias.
O medo está entre nós, mas não podemos deixar ele dominar, pois a força da fé é maior e Jesus caminha conosco. Vimos isso claramente na experiência de missão no rincão da cebola e o quanto as pessoas se alegram quando são visitadas sentindo-se abençoadas em suas fragilidades familiares.
As pastorais e movimentos dessa paróquia, através do seu pároco Pe. Raphael me ensinaram que não devemos ter medo do medo e que o tempo urge e Cristo quer se tornar mais presente onde ainda ninguém o levou. Ser presença de Cristo em todos os lugares e em tudo o que fazemos e com todos os que nos encontramos é o melhor remédio para superarmos o medo.
Desejo. De coração, que essa paróquia, onde está o Padroeiro da Diocese, possa se tornar um sinal e um testemunho de que é possível ser missionário também, no centro, na vida urbana, nas ruelas da cidade, nos apartamentos, nos hospitais, nos asilos, nas casas onde ninguém mais visita... Cristo está vivo, presente entre nós em cada sim que vocês dão ao se colocarem a disposição para servir a Deus neste espaço geográfico que a vocês foi confiado.
Coragem, não desanimar jamais e que a paz de Jesus Cristo esteja sempre convosco.
+ Ricardo Hoepers
Bispo Diocesano de Rio Grande