Quem não teve oportunidade ou esqueceu de receber a indulgência plenária passando pela Porta Santa aberta na Catedral de São Pedro, no Ano Jubilar, iniciado em 12 de setembro de 2020 com o Congresso Eucarístico Diocesano, ainda tem cerca de um mês para fazê-lo. Toda vez que se celebra um Jubileu, como esse que comemora os 50 anos da Diocese do Rio Grande, a Igreja oferece dentre as suas riquezas espirituais, a possibilidade das pessoas ganharem indulgências plenárias, passando por uma Porta Santa.
Segundo o pároco da Catedral de São Pedro e Vigário Geral da Diocese, Padre Gil Raul Pereira Júnior, uma indulgência plenária é a remissão total de todos os pecados pessoais. “Porque, vejam, quando nós pecamos, rompemos a comunhão com Deus e com os irmãos. E quando confessamos, somos perdoados desses pecados, mas ficam cicatrizes na nossa alma, as quais são purificadas, curadas, com as indulgências que a Igreja oferece”, explicou.
Para conquistar uma indulgência plenária, devem ser cumpridas algumas condições, como a confissão sacramental, comunhão eucarística, oração pelo Papa, pelas necessidades da Igreja e desapego aos pecados, até mesmo aos pecados veniais. “Quando seguimos esses passos e passamos pela Porta Santa, então ganhamos uma indulgência plenária”, frisou padre Gil.
Pensando nas condições solicitadas pela Igreja, a Diocese do Rio Grande, desde novembro do ano passado, preparou um percurso jubilar dentro da Catedral de São Pedro, que consiste em várias portas para que todos possam passar. Esse caminho permite algumas reflexões para aquele que irá receber esse grande presente que os Céus nos dão nesse Ano Jubilar. O início do trajeto se dá na Porta Santa propriamente dita. A partir daí, seguem outras portas desse percurso jubilar conforme tratado a seguir:
Porta do Batismo - Após passar pela Porta Santa, se encontrará a Porta do Batismo, que fica na Capela do Batistério da Catedral. “Quando fomos batizados, nos tornamos filhos e filhas de Deus, parte da família de Deus, que é a Igreja. Recebemos com o batismo a libertação do pecado original e passamos a ser verdadeiramente herdeiros do Céu”, destacou padre Gil. Dentro do percurso, o convite é parar um pouquinho diante da porta do batistério e renovar os nossos compromissos batismais. Ao lado existe um pequeno banner com a oração da Profissão de Fé, o “Creio em Deus Pai”. Ao rezá-lo, renovamos o compromisso de sermos parte da Igreja de Cristo.
Porta da História – Em seguida, vem a porta que dá acesso ao túmulo do primeiro bispo, Dom Frederico Didonet, onde está sepultado também Monsenhor Eurico de Mello Magalhães. Ali deve ser rezado por aqueles que fizeram parte da história da Diocese. “Quantas pessoas, além de D. Frederico, quantos padres, religiosos e religiosas, leigos e leigas fizeram parte dessa história dos 50 anos da Diocese”, questionou Padre Gil. No banner lateral, há uma pergunta: Eu faço parte dessa história? Nessa segunda porta, cada um é convidado a meditar sobre a sua participação na história da Diocese do Rio Grande. E mais que isso, a renovar o seu compromisso de fazer parte dessa história.
Porta de Maria – Dessa vez, há um encontro com a nossa Mãe. No altar de Nossa Senhora do Rosário, uma imagem histórica e belíssima, diante da qual tantas gerações rezaram e nós rezamos também, a meditação é sobre Maria, a Porta do Céu. Para o padre Gil, a devoção mariana está muito presente na nossa região, onde o povo da Diocese é muito devoto de Nossa Senhora. “Então vamos pedir que Maria, a Porta do Céu, interceda por nós. Nesse momento, diante da imagem de N. Sra. do Rosário, somos convidados a rezar uma Ave Maria pelo menos, pedindo que Maria, a Porta do Céu, reze e interceda por nós”, exaltou.
Porta da Misericórdia - Tempo de indulgência é tempo de fazer um bom exame de consciência e uma boa confissão. O Sacramento da Reconciliação é muito importante porque nos coloca de novo dentro da perspectiva de Deus na nossa vida. A Porta da Misericórdia é a porta da sacristia da Catedral, que dá acesso à salinha da confissão, por onde muitas pessoas passam. É um convite, portanto, para que haja o encontro da nossa miséria com a misericórdia de Deus, com o perdão dos nossos pecados. Padre Gil relembrou que uma das condições necessárias para atingir a indulgência plenária é fazer uma boa confissão até sete dias antes ou sete dias depois de passar na Porta Santa. No respectivo banner, está a imagem do Pai de Misericórdia que abraça o filho pródigo. “É esse abraço de Deus na nossa vida, na nossa alma, para nos perdoar dos nossos pecados”, ilustrou.
Porta Eucarística - Toda a caminhada jubilar conduz para esse encontro com Cristo na Eucaristia, um importante encontro pessoal com Jesus, com seu corpo, sangue, alma e divindade. “Jesus quer entrar no nosso coração toda vez que nós comungamos. E para isso, como nesse trajeto jubilar, nós renovamos nosso batismo, nosso compromisso pastoral com a Diocese, nossa consagração a Nossa Senhora, nosso encontro com Cristo no Sacramento da Reconciliação, com o Pai da Misericórdia e, por fim, encontramos o próprio Cristo na eucaristia”, revelou o pároco quanto ao objetivo do caminho proposto.
Padre Gil desejou a todos que esse percurso jubilar ajude cada um a viver uma espiritualidade eucarística, a ter um amor sempre maior pela Santa Missa, pela Adoração a Jesus na Eucaristia, visitando-o nos sacrários de nossas igrejas. Na sua opinião, com essa caminhada, é possível concluir junto de Jesus porque somos seus discípulos missionários. E a eucaristia nos faz viver esse discipulado e nos envia em missão. “Que nossa Diocese possa ser sempre mais mariana, eucarística e missionária. É uma caminhada simples e bonita, que se faz em poucos minutos, mas que nos ajuda a aprofundar essa espiritualidade do Jubileu e a ter nossa vida renovada na presença de Deus”, concluiu. A Porta Santa será fechada por Dom Ricardo Hoepers no próximo dia 12 de setembro, encerrando o Ano Jubilar da Diocese do Rio Grande.