O ano jubilar se estende até o próximo domingo, dia 12 de setembro, quando se completam os 50 anos de instalação da Diocese do Rio Grande, com a posse de Dom Frederico Didonet, seu primeiro bispo. A data será comemorada com a última Missa Jubilar, na Paróquia Sagrada Família do Cassino, às 09h. Após a missa, sairá uma procissão motorizada até a Catedral de São Pedro, com o translado dos ossos de Dom Frederico Didonet, relembrando o fato histórico, quando, em 1971, o primeiro bispo foi buscado no pórtico de entrada da cidade pelos paroquianos.
Na véspera, sábado, às 19h30, em preparação a esse momento tão marcante para os católicos de Rio Grande, haverá uma Vigília Eucarística online, transmitida do Cassino pelo facebook da Diocese. Já, no domingo, quando a procissão chegar na Catedral, o bispo Dom Ricardo Hoepers dará a bênção final, fechando a Porta Santa do Jubileu de Ouro da Diocese do Rio Grande, aberta em 21 de novembro do ano passado, após a Assembleia Diocesana de Pastoral. Nesse período, os católicos da Diocese foram convidados a passar pela porta, confessar, comungar dentro de sete dias e fazer um caminho de oração dentro da Catedral, para obtenção da indulgência plenária.
No programa de encerramento do Jubileu, houve uma peregrinação de Missas Jubilares, a partir de 31 de julho, por todas as paróquias, em ação de graças pelos 50 anos da Diocese do Rio Grande, como uma forma, segundo destacou Dom Ricardo, de partilhar a graça do Jubileu com todos os paroquianos. Há um ano, em 12/09/2020, o bispo abriu oficialmente o Ano Jubilar, acendendo o Círio Pascal e refletindo sobre esses 50 anos de gratidão e a missão. Era o lema escolhido para a Festa Jubilar - "Jesus Cristo: ontem, hoje e sempre - Gratidão e Missão". Ou seja, uma possibilidade de refletir sobre as três dimensões onde reside toda a grandeza de comemorar o jubileu: olhar para o passado com gratidão, para o presente com consciência e para o futuro com esperança.
Ano Jubilar - A primeira atividade jubilar foi o 3° Congresso Eucarístico Diocesano, que aconteceu no dia 12 de setembro de 2020, onde diversas conferências lembraram a importância da Eucaristia na vida do povo. Logo após aconteceu a Romaria Jubilar de Nossa Senhora de Fátima, com uma grande carreata e missa drive-in por conta das restrições da pandemia de Covid-19. No final do ano ocorreu a 39ª Assembleia Diocesana de Pastoral, tendo sido apresentado o projeto Memória Agradecida, Olhar Esperançoso, como forma de lembrar as pessoas que fizeram a história da diocese. Na ocasião, Dom Ricardo observou que o olhar esperançoso deve trazer um questionamento sobre “Que Igreja queremos a partir de agora?” O caminho, segundo ele, começa com o próprio lema de fundação da Diocese: “Ide por todo mundo e pregai o evangelho à toda criatura!” (Mc. 16, 15). E orientou que o objetivo da Igreja do Rio Grande é o mesmo da Igreja do Brasil, ou seja, evangelizar sobre quatro pilares: Palavra, Pão, Caridade e Ação Missionária.
Porém, o olhar histórico cheio de gratidão também foi uma base importante na comemoração do Ano Jubilar, que recebeu uma Benção do Papa Francisco, tendo o seu ápice nas celebrações do mês de maio desse ano, em referência à primeira parte da história jubilar, em memória da criação da Diocese, em 27 de maio de 1971, além da elevação da Matriz de São Pedro para Catedral, pelo Papa São Paulo VI. Um busto dele foi colocado, em honra da recordação de seu feito histórico, na recém inaugurada Capela do Consistório.
Dom Frederico Didonet teve seus restos mortais exumados e abençoados em uma urna que será depositada na nova cripta da Catedral, ao fim da procissão motorizada do próximo domingo. Ele foi o primeiro a dar o seu sim à vontade de Deus nessa Diocese, tendo sido enaltecido por várias pessoas que o conheceram como um homem justo, no sentido bíblico, de fazer a vontade de Deus e lutar para fazer o bem. Um homem compreensivo, que acolhia e sabia ouvir as pessoas nos momentos mais difíceis de suas vidas. Um homem dedicado, de corpo e alma, no início da Diocese, na organização das paróquias, das pastorais, dos movimentos, na preocupação com as vocações, na questão estrutural.
Vários momentos especiais agraciaram o Ano Jubilar, como aquele que foi considerado o grande presente dado a Jesus nesse Jubileu: a inauguração da Capela do Consistório, de Adoração Eterna na Catedral de São Pedro, onde, diariamente, todos podem adorar Jesus exposto no Santíssimo Sacramento. Antes da missa solene, em maio, todo o clero participou da Adoração ao Santíssimo Sacramento, na Capela do Consistório, seguida de uma pequena procissão com o Santíssimo Sacramento ao redor da Catedral.
Não serão esquecidos os momentos musicais de louvor e espiritualidade que também engrandeceram a comemoração jubilar diocesana. Primeiro, em maio, com a Live Musical do Frei Gilson - Som do Monte, voltado à fé, além da oração do Santo Rosário com Dom Ricardo, na madrugada do dia 28. E no dia 07 de setembro último, esse ciclo foi fechado com a belíssima apresentação “Louvai ao Senhor”, a cargo da cantora católica rio-grandina, Karina Souza e banda. Como bem avaliou a cantora, a música sempre é um canal que vai direto ao coração.
Esperança e Missão - Os organizadores do Ano Jubilar não contavam com a pandemia do Coronavírus que viria se instaurar a partir do início de 2020 e ainda persiste. Muitas atividades programadas não puderam ser realizadas, mas nem por isso tirou o brilho da nossa festa, que teve um enfoque espiritual, com momentos de orações, devocionais e de muita fé, levando todas as intenções da Diocese para junto do colo de Deus, com a intercessão amorosa de São Pedro e de Nossa Senhora de Fátima.
Lá no momento celebrativo da 39ª Assembleia, inspirado na Assembleia de Siquém (Js 24, 19-22. 25-28), o nosso Bispo Dom Ricardo Hoepers acendeu a Vela do Jubileu, junto às imagens de São Pedro e Nossa Senhora de Fátima e o Baú Jubilar. No dia 27 de maio, foi acesa a Vela da Esperança e no próximo domingo, encerramento da comemoração do Jubileu, será acesa a Vela da Caridade.
Durante a assembleia, os participantes escreveram em folhas de papel palavras que representavam as características necessárias para os próximos 50 anos da Diocese, para depositar no baú jubilar, que será guardado na Catedral de São Pedro. No contexto da esperança e da caridade, Dom Ricardo convida, agora que já aprendemos com a história e a perseverança de Dom Frederico Didonet, que construiu uma Diocese simples, mas muito bela, que todos olhem com profundidade sobre quem somos e qual é a nossa missão nesse tempo atual. A grande lição é saber o que nós podemos fazer de concreto, em nossas vidas cotidianas, para realizar o plano de Deus.