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Carta pastoral de Dom Ricardo Hoepers motiva atitudes para um tempo de missão
11/09/2021

O bispo Dom Ricardo Hoepers marca o encerramento do Jubileu de Ouro da Diocese do Rio Grande com a Carta Pastoral Gratidão e Missão. Dizendo-se agradecido a Deus pelo seu ministério episcopal e por sentir seu sacerdócio revitalizado no exercício desta nova missão aqui no Rio Grande, ele destaca alguns pontos essenciais, propondo algumas reflexões sobre a vida da Igreja do Rio Grande e sua missão de evangelizar no momento atual em que vivemos.

 

Ele parte da proposta do Papa Francisco, na sua Exortação Apostólica Evangelii Gaudium n. 31, de que “O Bispo deve favorecer sempre a comunhão missionária na sua Igreja Diocesana, seguindo o ideal das primeiras comunidades cristãs, em que os crentes tinham um coração e uma alma (cf. At 4,32). Nesse sentido, para Dom Ricardo, colocar-se à frente, no meio ou atrás do povo nessa tarefa é uma questão apenas de seguir o próprio Cristo. “Pois Ele é o sentido e o centro de toda a nossa vida e da história da Diocese do Rio Grande, como reflete o tema do ano jubilar: Jesus Cristo, ontem, hoje e sempre – Gratidão e Missão!”.

 

Em sua Carta Pastoral, Dom Ricardo relembra que o Ano Jubilar foi tomado por uma pandemia global que afetou a humanidade e mudou os rumos da história, com uma experiência profunda de luto e tristeza, além de ter exacerbado ainda mais a crise econômica, social, política e sanitária que já se enfrentava. Como se não bastasse, há ainda o desafio de enfrentar as consequências da pandemia que impactaram na vida espiritual e pastoral das comunidades. “Devido aos protocolos sanitários, muitas pessoas se afastaram da vida de Igreja e das atividades comunitárias e muitas ações pastorais foram paralisadas”, lamenta.

 

Encorajando todos a serem protagonistas, aponta em sua Carta Pastoral que, em vários momentos, nas primeiras comunidades cristãs, Jesus deu o exemplo necessário, à frente, anunciando o Reino, convocando seus apóstolos, dispondo seu ritmo e provocando espanto com sua autoridade. Nos tempos atuais, de mudanças culturais muito rápidas e ainda mais aceleradas pela pandemia, a proposta de conversão se evidencia como um chamado para voltar a viver o nosso tempo com Deus, todos os dias, em nossas comunidades, quando celebramos a Eucaristia.

 

Além do convite à conversão, lembra ainda que Jesus também quer qualificar espiritualmente o que fazemos bem materialmente. Sua proposta é nossa santificação, seja onde estivermos atuando. Esse convite se estende a cada batizado, membro do sacerdócio comum da Igreja e participante da construção desse Reino. Portanto, para Dom Ricardo, “responder ao chamado da vocação e aderir a proposta do Cristo expressa uma maturidade na fé”.

 

            Para o bispo diocesano, em tempos de redes sociais, há uma tentação de sermos autodidatas da nossa fé. Embora pelos meios virtuais, podemos ser tocados e vivenciar experiências de conversão e de aprofundamento da fé, ele alerta que nada irá substituir a vida eclesial, a participação na comunidade a que pertence e o engajamento na vida de fé e na pastoral. “É um caminho exigente dos discípulos-missionários que se dispõem a fazer um processo de construção comunitária e de fortalecimento de vínculos fraternos e amizade social”, escreve. Da mesma forma, indica que a evangelização não se baseia no favoritismo, esteticismo ou no convencimento pelas capacidades pessoais, mas pela autoridade no que se faz. “O evangelista Marcos diz que Jesus ensinava com uma autoridade, pois estava em perfeita unidade com o Pai”.

 

            Já o ensinamento de Jesus de se colocar no meio, entre os que mais precisam, se dá porque o “Filho do homem veio buscar e salvar o perdido” (Lc 19,10). E a Carta Pastoral indica que, muitas vezes, Jesus foi desqualificado pelos Fariseus por manter uma aproximação com pessoas que não era consideradas dignas. Mas, para Jesus, um verdadeiro mestre é aquele capaz de reerguer o caído e transformar a vida dele. Isso mostra que é necessário superar o preconceito que rodeia o coração e rotula as pessoas antes de conhecê-las profundamente. “Os preconceitos estão mais interessados em manter a tradição do que em descobrir a verdade”, aponta a Carta Pastoral.

 

            Quando Jesus se coloca atrás, por sua vez, é para nos ensinar a servir como ele serviu: deu a vida em resgate de muitos. Ao encerrar este tempo jubilar, a Carta Pastoral indica a boa nova de que a Igreja Particular do Rio Grande pode se tornar uma Igreja Sinodal, onde todos estejam unidos pela comunhão em Cristo, pela participação em nossas comunidades e pela missão nesta terra mais meridional do Brasil.

 

            Dom Ricardo considera uma providência divina estar encerrando o Ano Jubilar exatamente um mês antes da abertura oficial do próximo Sínodo (2021-2023) convocado pelo Papa Francisco. Com o tema: “POR UMA IGREJA SINODAL COMUNHÃO, PARTICIPAÇÃO E MISSÃO”, será iniciada uma caminhada de dois anos intensos com muito estudo, participação das comunidades do mundo inteiro partilhando sua vivência do Evangelho e suas diferentes realidades. E exulta que “o sentido de colocar-se atrás nos impulsiona a viver uma igreja disposta a olhar para os mais frágeis, os mais vulneráveis, os mais esquecidos e excluídos que se tornaram invisíveis diante da globalização da indiferença”.

 

            Concluindo suas ideias sobre esse tempo especial, Dom Ricardo lembra que Dom Frederico Didonet, ao chegar em Rio Grande, se referiu à Diocese como uma célula viva, que age numa união viva de fé, amor e esperança. Na sua Carta Pastoral, ele complementa o primeiro bispo, dizendo que testemunhar nossa fé é um compromisso de todos e que é preciso perseverar como uma Igreja missionária à serviço do Reino de Deus e na construção de uma sociedade mais justa, fraterna e solidária. Acesse a íntegra da Carta Pastoral Gratidão e Missão com todas as reflexões oferecidas pelo nosso bispo diocesano. Boa leitura!


Leia a carta na íntegra neste link: https://drive.google.com/file/d/1oOkn7jj6RYCgpJxHQJnk_2YHJ2IKDLUY/view