A preparação da Festa de Encerramento do Ano Jubilar da Diocese do Rio Grande começou na véspera, com uma Vigília Eucarística preparada pelos Jovens, demonstrando o amor a Jesus Eucarístico. Música, louvor e oração ajudaram a fortalecer o segundo momento especial, em 12 de setembro, com a Missa Festiva na Igreja Sagrada Família do Cassino. A Celebração Eucarística, presidida pelo bispo emérito Dom José Mário Stroeher, contou com a participação de Dom Jacinto Bergmann, Arcebispo Metropolitano de Pelotas, e também as presenças dos padres e diáconos da área de abrangência da Diocese. O bispo diocesano Dom Ricardo Hoepers frisou que a presença dos restos mortais de Dom Frederico Didonet na celebração dava a certeza de sua presença espiritual entre nós, que cremos na vida eterna.
Na homilia, Dom José Mário destacou que a Diocese quer viver e proclamar a mesma profissão de fé de Pedro. “Hoje todos devem continuar a tarefa de 50 anos atrás, pois ‘Vim para servir’ foi o lema escolhido por Dom Didonet quando assumiu”, lembrou o bispo emérito, reforçando que é com Maria que aprendemos a servir o mestre. Mas alertou que, para seguir Jesus, é preciso desvestir-se de todas as armas desse mundo, acreditando que Deus é a origem de tudo e principalmente, olha por nós.
Ele lembrou que Dom Didonet lutou muito para estabelecer a Diocese com poucos recursos e condições, além dos tempos muito difíceis e até perseguição aos católicos, mas que ainda assim, ele persistiu. E que agora nós recebemos essa tarefa, citando o poeta mexicano Octavio Paz, Nobel da Literatura de 1990. “A Virgem é o consolo dos pobres, fracos e oprimidos. Em suma, é a mãe dos órfãos. Todos os homens nascemos deserdados e nossa condição verdadeira é de orfandade”. Dom José Mário encorajou a todos, dizendo que, embora, como diz o poeta, todos nós nascemos deserdados, a nossa fé nos permite perseverar para construir aquilo que for necessário.
Ao final da missa, Dom Ricardo recordou que, durante o Ano Jubilar foram acesas três velas: em 12 de dezembro de 2020, Dia de N. Sra. de Guadalupe, a Vela da Fé, pois estávamos comemorando a nossa Igreja e, portanto, a nossa fé. No dia 27 de maio de 2021, data da bula papal de criação da Diocese, foi acesa a Vela da Esperança, no desejo de que nossas cidades e nosso país sejam fortalecidos, para sempre colaborar pelo bem comum e esperar em Deus. E hoje 12 de setembro de 2021, aniversário da instalação da Diocese, está sendo acesa a Vela da Caridade, que representa o nosso amor ao próximo, amor total e de entrega. Ele convidou os religiosos e religiosas, que simbolizam a caridade da nossa Diocese pelos votos que fazem, para acenderem essa última vela, expressando sua gratidão pelo testemunho de todos que se dedicam dia e noite pelo bem do próximo, frisando que a caridade deve perseverar.
Uma carreata levou os restos mortais de Dom Didonet, sendo que na chegada, um casal de tradicionalistas carregou o baú até a Catedral. O Padre Gil Pereira Junior relembrou que a abertura da Porta Santa, no início do Ano Jubilar, possibilitou que muitos batizados fizessem um caminho de peregrinação e que nesse último ato do Jubileu, ficaria uma bênção para a geração que já está construindo o próximo Jubileu, com a missão de levar o mesmo propósito adiante. O chanceler da Diocese foi complementado por Dom Ricardo, de que essa homenagem a Dom Didonet é um gesto de agradecimento pela sua coragem. E que o nosso propósito deve ser justamente fazer o que melhor pudermos. “Para isso, devemos ser desapegados, pois estamos aqui apenas de passagem e refletir que ontem foi D. Didonet, hoje somos nós e amanhã serão outros a levar essa missão”, concluiu. Os restos mortais foram depositados na cripta com uma pequena lembrança da trajetória pastoral do primeiro bispo.
No fechamento da Porta Santa, Dom Ricardo invocou a Deus que conduza nossos passos, abrindo a porta do nosso coração para as graças de Deus. Após depositadas flores no local, o bispo declarou encerrado o Ano Jubilar. Na ocasião, o prefeito Fábio Branco desejou que a Igreja e a Diocese continuem abençoando a nossa cidade e que a esperança fortaleça cada vez mais as cidades nela abrangidas.
Nesse domingo do Senhor, dia 12 de setembro de 2021, o vento não era o mesmo de 50 anos atrás, chamado à época, de sopro do Espírito Santo, mas o povo presente demonstrava a mesma alegria de estar nessa Diocese, de fazer parte dessa célula viva, onde o mesmo Espírito Santo de ontem, hoje e sempre, sopra em nossos corações. Agora nós fazemos parte dessa história e temos a missão de continuar esse trabalho iniciado há meio século, na graça de Deus.
Lucilene Zafalon / Pastoral da Comunicação Diocesana
Fotos: Pastoral da Comunicação Diocesana