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Casa de Formação Dom Frederico Didonet deve reiniciar atividades em Pentecostes de 2022
05/10/2021

Nas visitas pastorais do bispo Dom Ricardo Hoepers, no início de sua gestão na Diocese do Rio Grande, já foi possível perceber uma paixão basicamente unânime pela Casa de Formação que tem o nome de Dom Frederico Didonet. “A Casa está no coração das pessoas”, frisou ele. Mas nem por isso deixou de tomar a decisão difícil, mas necessária, de fechá-la devido aos sérios problemas estruturais em que se encontrava. Após quase cinco anos sem atividades, no último dia 02, a Casa de Formação recebeu as lideranças dos movimentos pastorais que puderam ouvir boas novas sobre essa que era uma das principais demandas da Diocese.


Nesse período, houve muita análise e trabalho para melhor otimizar o espaço da Casa de Formação. E na perspectiva da Carta Encíclica Laudato si – Sobre o Cuidado da Casa Comum, do Papa Francisco, que mostra que toda a criação é dom de Deus, a Casa será referência de um Projeto Social, denominado Centro Integrado de Formação Ecológica (CIFE), de forma que estará aberta a semana toda para atividades desse projeto e, nos finais de semana, para ações dos movimentos pastorais. O bispo justificou que foi inspirado ao perceber que a Diocese é inteiramente ecológica.


“Nós temos dois parques ecológicos reconhecidos nacionalmente, que é a Lagoa do Peixe e a Reserva do Taim, de valor extraordinário”, citou ele, informando que o objetivo é mostrar que a região sul do Brasil tem uma vocação ecológica. Dom Ricardo acredita que, na medida em que se consegue conscientizar as pessoas da importância desse espaço, também é possível tornar as cidades da região melhores. Ele pretende, por meio de parcerias com entidades e organizações, atingir em um primeiro momento, as escolas municipais e estaduais com atividades de promoção do consumo consciente, empreendedorismo, educação ecológica e consciência para a cidadania. A proposta prevê ainda, atividades com idosos, em uma ideia intergeracional.


Depois de ver os orçamentos das necessidades, foi possível perceber que não se conseguiria arrecadar o valor necessário para as reformas apenas com campanhas locais. Foi então que surgiu a possibilidade de apresentar o projeto para a Conferência Episcopal Italiana, equivalente à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Na Itália, existe um imposto pago pelos católicos ao governo italiano que depois repassa para a Igreja, mas uma porcentagem desse valor obrigatoriamente deve ser investido em projetos sociais no terceiro mundo.


Prestação de Contas e Novos Desafios - Durante a reunião, o padre Péterson de Figueiredo, ecônomo da Diocese, fez uma prestação de contas relativa à Casa de Formação, apresentando as obras realizadas durante a reforma, a situação financeira atual, com as dívidas e doações recebidas, além da aplicação dos aluguéis existentes no recinto. Ele explicou que, desde 2017, quando foi feito o orçamento geral da casa, até 2019, quando Dom Ricardo fez o projeto para enviar à Itália, houve alteração dos valores. “Algumas coisas tiveram que ser cortadas para chegar no orçamento contratado de R$ 1.200.000,00, dos quais 50% foi recebido esse ano da entidade italiana”, informou. A outra metade deve vir só no próximo ano, mas foi solicitada a antecipação. O ecônomo destacou que o projeto só foi aprovado porque a Diocese comprovou uma contrapartida que foi o custo do telhado.


Para efetivar o complemento que foi tirado do orçamento, houve a contribuição de alguns católicos de Rio Grande, possibilitando resolver outras necessidades da casa que também tem algumas dívidas, como o laudêmio (taxa de área da Marinha), parcelamento de ações trabalhistas com antigos caseiros e um empréstimo com os Irmãos Maristas. Os valores arrecadados com os alugueis, segundo Padre Péterson, servem para pagar justamente custos com advogado, parcelas negociadas do laudêmio atrasado e o parcelamento da dívida trabalhista. E ainda o custo atual da casa com zeladoria, manutenção, água e luz.


O atual zelador do local, Pedro Enderle Jr., mostrou, na oportunidade, o aproveitamento da área verde da Casa, com o plantio de frutíferas e outras árvores, como jacarandá, ipê roxo, araçá, destacando que todos os plantios se deu pelos moradores de rua que ficaram um tempo ali alojados durante a pandemia. Para Dom Ricardo, inclusive, esse carinho pelos pobres foi recompensado, pois exatamente no Dia de São José, Pai Providente de Jesus, chegou a carta da Itália informando a aprovação do Projeto Social do Centro Integrado de Formação Ecológica (CIFE). “São José intercedeu por nós”, afirmou o bispo.


E agora que falta pouco para a Casa ficar pronta, o bispo propôs um novo desafio, desta vez com a ajuda dos movimentos da Diocese, ou seja, o Projeto do Enxoval da Casa de Formação, pois, para funcionar, ela precisa de utensílios. Ele deu como primeira tarefa às lideranças presentes que, até o final de outubro, os movimentos apresentem uma lista de utensílios e materiais que normalmente são usados. A ideia é que, a partir dessa lista, se coloque num aplicativo todos os utensílios necessários e haja uma mobilização em toda a diocese para doação desses materiais. “Todo mundo vai se sentir participando do enxoval da Casa de Formação”, reforçou.


Para que a Casa de Formação Dom Frederico Didonet seja reaberta em 05 de junho de 2022, Dia de Pentecostes, conforme a previsão inicial, ela precisa estar toda mobiliada. Para isso, segundo Dom Ricardo, a mobilização tem começar já, para dar tempo de organizar tudo. Houveram boas sugestões dos presentes na reunião, como conscientizar os participantes dos movimentos de como bem utilizar esse novo ambiente que recebeu tamanho investimento, pois a responsabilidade de cuidar desse espaço é de todos. Para tanto, também foi sugerido que, no primeiro mês de abertura, houvesse um curso de formação sobre esses aspectos para as lideranças dos movimentos. As ideias foram bem acolhidas por Dom Ricardo.


Texto: Lucilene Zafalon / Pastoral da Comunicação Diocesana

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