A programação da Semana Nacional da Vida tem prosseguimento nesta quinta-feira, dia 07, às 20h, com a palestra “Anunciar o Evangelho da Vida”, pelo casal Luciano e Ana Cristina Bertasi, cujo evento será presencial na Mitra Diocesana e também poderá ser assistido pelo facebook da Diocese. Conforme destacou Dom Ricardo Hoepers, presidente da Comissão Episcopal para a Vida e a Família da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), é preciso estreitar cada vez mais o vínculo entre família e vida, como destacou o tema desse ano “Família Santuário da Vida”.
“São as duas preciosidades que temos na Igreja, ou seja, a família como igreja doméstica, e a vida que deve ser promovida, defendida e cuidada desde a concepção até o seu fim natural”, explicou o bispo de Rio Grande. O principal objetivo da semana, segundo ele, é mostrar a necessidade de acolher, amar com ternura e generosidade todos aqueles que estão em situação de vulnerabilidade, esquecidos, excluídos, “porque a vida é também essa partilha de solidariedade e de amor para com todos”.
A abertura do evento, ecoado pelos sinos das igrejas no dia 1º de outubro, teve uma Live sobre “O valor incomparável da pessoa humana”, com o padre Claudio Vicente Imming, da Paróquia São José de Anchieta, de Novo Hamburgo, assessor diocesano da Pastoral Familiar, para quem “pensar no valor incomparável da vida significa pensar em pessoas concretas”.
Doutor em Teologia Moral, ele desenvolveu sua tese com o tema que calava mais fundo em seu coração, conforme sua própria experiência familiar. “A Presença Profética das pessoas com deficiência no atual contexto cultural – questões antropológicas, éticas e sociais” tinha como objetivo defender essa vida que pode se tornar um peso ou um questionamento sobre sua utilidade. Nos seus estudos, ele encontrou correntes de pensamento para as quais o valor da vida humana não tem sempre o mesmo valor. “É claro que, diante de Deus, não há dúvida nenhuma de que a vida tem o mesmo valor em todas as suas fases, desde a concepção até a morte natural”, afirmou Imming.
Ele ponderou que, algumas vezes, injustamente, a Igreja é acusada de defender somente o embrião e esquecer da mãe que o carrega no ventre materno, o que é um erro, pois a Igreja defende todas as vidas. “A vida é sempre um bem, do início até o fim”, embora todos sabem que a fase final também é muitas vezes desrespeitada. E nesse sentido, lembrou que o Papa Francisco traz uma contribuição extraordinária, dizendo como essas pessoas devem ser valorizadas pela sabedoria que elas carregam consigo através da sua história, do seu testemunho. “Da mesma forma, o respeito com as pessoas com deficiência também é importante porque nos humanizam a partir do momento que sabemos respeitar a vida mais frágil”, frisou.
Em relação a eutanásia, Imming lembrou que o Papa Bento XVI já dizia que algumas coisas são inegociáveis. E citando a encíclica “O Evangelho da Vida” de São João Paulo II, que trata dessas questões, para ele fica muito claro que não podemos brincar de Deus. “Sobre as questões da vida, Deus é quem deve decidir e Ele decide a favor da vida. Tanto que Jesus disse: ‘Eu vim para que todos tenham vida e tenham vida em abundância”, reforçou. Para o padre, ainda que a legislação de alguns países permitam o aborto ou a eutanásia, é preciso, enquanto cristão, ter sempre esse olhar de que é um atentado contra a vida. E a responsabilidade é de toda a sociedade.
Para ele, o argumento de que alguém possa ser dono da sua própria vida é vazio, pois o dono da vida é Deus. “E diante da morte, eu costumo dizer que não digam que Deus quis assim, pois Deus não quer a morte de ninguém. Deus nos dá a vida eterna diante da limitação da vida humana. Então nós temos uma dimensão de vida eterna também nesse tempo de vida humana que devemos respeitá-la”, explicou. Buscar a vida eterna não é uma contradição em relação a necessidade de cuidar da vida na terra, segundo Imming, porque essa é a única vida que nós temos enquanto agentes da história. “Vejam bem, se Jesus Cristo assumiu a natureza humana em todas as coisas, menos no pecado, como centro da história, quem somos nós para desprezar essa história? E a vida eterna, enquanto uma continuidade, está intimamente associada a essa vida terrena”, concluiu.
A semana especial, chancelada pela Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da CNBB, por meio da Comissão Nacional da Pastoral Familiar (CNPF), encerra nessa sexta-feira, dia 08 de outubro, Dia do Nascituro, às 18h, com a Missa da Esperança na Catedral de São Pedro, presidida por Dom Ricardo Hoepers. Nesse dia espera-se que haja um acender de muitas velas em sinal de esperança.
Texto: Lucilene Zafalon / Pastoral da Comunicação Diocesana