A 40ª Assembleia Diocesana acontece no próximo dia 20 de novembro, de forma presencial, no Centro Diocesano Pastoral, estando convocados todos os padres, religiosos, diáconos e seminaristas. Os coordenadores de setores e paróquias poderão enviar representantes em número limitado, ainda em função dos cuidados exigidos pela pandemia. O tema geral da Assembleia desse ano é “Por uma Igreja sinodal: comunhão, participação e missão”.
Para Dom Ricardo Hoepers, bispo diocesano, que faz parte da equipe nacional para o Sínodo, é provocativo que o foco do evento local seja o Sínodo da Igreja 2021-2023, aberto oficialmente em 17 de outubro nas dioceses. “Afinal, é uma graça especial estarmos fazendo parte desse momento histórico. Com a força do Espírito Santo, o Papa Francisco está impulsionando toda a Igreja. E o mais importante é nos sentirmos envolvidos”, esclarece.
Na Live de formação para o Sínodo, realizada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em outubro, Dom Ricardo fez uma apresentação, quando afirmou que a Carta Encíclica Fratelli Tutti, onde o Papa discorreu sobre a Fraternidade e a Amizade Social (outubro/2020), mostra o clima atual que estamos vivendo. “Há uma sombra e um fechamento, uma crise antropológica. E por isso, é preciso ver a integridade das coisas”, destaca, apostando que o Sínodo é um passo fundamental para que a Igreja possa olhar a totalidade da sua missão.
O bispo também pondera que o individualismo, presente em nossas casas e nossas comunidades, talvez seja o nosso maior inimigo porque leva as pessoas a pensarem somente nelas mesmas. Mas ele lembra que “o ‘nós’ faz parte de nossa identidade enquanto comunidade cristã, sendo que a Igreja não pode conter-se em si mesma, pois senão ela desaba”. Dom Ricardo acredita que o espírito sinodal e eclesial faz parte constitutiva da nossa identidade cristã e que, nesse sentido, a participação é o caminho que deve conduzir a todos os batizados, dentro de um método de escuta e do objetivo de buscar o discernimento.
Na primeira reunião com os representantes de Paróquias e Movimentos realizada na Diocese do Rio Grande, há um mês, para uma primeira formação do Sínodo 2021-2023, Dom Ricardo e o Padre Gil Raul Pereira Júnior, Vigário Geral da Diocese e pároco da Catedral São Pedro, abordaram aspectos práticos. Na época, foi esclarecido que Sínodo vem da palavra grega “syn-hodos” e significa “fazer juntos o caminho”. E principalmente que a nossa Igreja é comunitária, e não individual, pois somos imagem e semelhança de um Deus que é Mistério de Comunidade e Amor: um Deus Trino.
Desde o nascimento da Igreja, naquele primeiro Pentecostes depois da ressurreição do Senhor, a Igreja tem realizado sínodos e concílios para crescer em comunhão. O Papa (São) Paulo VI formalizou os sínodos dos Bispos, a cada três anos, em Roma, para reunir a Igreja mundial. Mas também há sínodos regionais, continentais, como, por exemplo, o recente Sínodo da Amazônia. Além da Igreja universal, temos as Conferências Episcopais regionais, nacionais (ex. CNBB), províncias eclesiásticas, dioceses. As assembleias diocesanas ou paroquiais também podem ser consideradas como momentos locais de sinodalidade.
Etapas do Sínodo – Três fases irão compor esse especial Sínodo mundial, que pretende ouvir todos os batizados. A primeira fase é diocesana, de Novembro/2021 a Março/2022, quando ocorrerão reuniões e assembleias, reunindo cada comunidade em sua totalidade ou em reuniões parciais por grupos, conselhos, pastorais, movimentos, conforme a decisão de cada paróquia. Destas reuniões sairão documentos contendo as respostas e opiniões sobre os temas propostos. Também serão feitas duas assembleias de toda a diocese: a do próximo dia 20 de Novembro e outra, em Março/2022. Ao final destes trabalhos, será enviado um documento de resumo ou uma síntese diocesana para a CNBB, que comporá um documento nacional.
Na fase Continental, de Setembro/2022 a Março/2023, será feita uma síntese dos resultados de todos os países do continente para ser enviado a Roma. Já na fase da Igreja mundial, em Outubro/2023, os bispos do mundo inteiro, reunidos com o Papa, discutirão todas as informações, sínteses da realidade de todas as regiões, em Roma. Depois, haverá um retorno para cada Diocese e então todos nós que fazemos parte da Igreja, saberemos os resultados desse importante e histórico trabalho sinodal, do qual participamos.
Matéria: Lucilene Zafalon / Pastoral da Comunicação Diocesana