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Na semana passada, tradicionalmente na Solenidade de Cristo Rei, ocorreu a realização da 40ª Assembleia Diocesana de Pastoral, no último dia 20 de novembro, mais uma etapa dessa importante caminhada sinodal convocada pelo Papa Francisco às igrejas do mundo inteiro. A Diocese estava bem representada por todas as suas paróquias e organismos nessa assembleia, cujo objetivo foi focado no espírito sinodal, de comunhão, participação e missão. Como bem lembrou Dom Ricardo Hoepers, bispo diocesano, não se trata de uma coisa da Diocese, mas um pedido do Santo Papa. “Há uma unidade no mundo inteiro em torno disso. Nossa responsabilidade, portanto, é muito grande”, destacou.

Ele informou que, conforme decisão dos bispos do Brasil, os quatro alicerces continuam sendo Palavra, Pão, Caridade e Ação Missionária, dentro das diretrizes aprovadas anteriormente, pois estes alicerces são fundamentais. “Precisamos verificar se a Palavra é o centro de nossa vida, da nossa comunidade. O Pão está contextualizado dentro da Santa Missa que é o ápice e ainda devemos aprimorar muito, deixando o improviso de lado. Não tem sentido, por sua vez, uma paróquia que não faz a caridade. E a Ação Missionária nos mostra o quanto é importante a disposição de sair e de renovar as lideranças”, sintetizou o bispo.

Na ocasião, também o Padre Gil Raul Pereira Júnior, Vigário Geral da Diocese e pároco da Catedral São Pedro, fez uma recomendação importante a todos que estão realizando suas assembleias paroquiais sinodais. “Nós precisamos nos fundamentar da Palavra, da Eucaristia e também da dimensão missionária e de partilha. Vamos fazer o caminho de forma técnica, mas também espiritual. Pois não somos uma ONG, como disse o Papa Francisco. Vamos viver essa espiritualidade sinodal”, convidou padre Gil.

Após uma conferência virtual com Dom Jaime Spengler, arcebispo metropolitano de Porto Alegre, sobre a Sinodalidade na Igreja, os participantes da assembleia se reuniram em grupos para discutir sobre como cada um cultiva o senso de pertença e de corresponsabilidade pela vida eclesial na sua comunidade, refletindo ainda o que significa comunhão, participação e missão para uma vivência pastoral.

Nas reflexões, muito se falou em necessidade de pertencimento e corresponsabilidade. Dom José Mário, bispo emérito, sugeriu estudar um modo eficaz de inserir mais os jovens nas comunidades, o que poderia ser começando a reunir as crianças como ajudantes de missa, por exemplo. Já Dom Ricardo Hoepers alertou que o senso de pertença não acontece de uma hora para outra. É uma conquista, mas não é suficiente, pois pode ocorrer acomodação. O maior desafio, segundo ele, é a corresponsabilidade e não só dentro de sua própria comunidade. Se outra comunidade está passando por uma dificuldade, tem que se compadecer dela e ajudar também.  “A pertença não é uma cápsula. Já a corresponsabilidade é um passo além, de se envolver efetivamente. As pessoas estão envolvidas só com o seu grupo, com sua paróquia, seu movimento. Mas é tão difícil mobilizar para uma ação maior”, explicou.

Para Dom Ricardo, todas essas questões levam à necessidade de fazer alguns temas de casa. Primeiro, que as comunidades organizem, renovem e fortaleçam seus Conselhos Pastorais e Econômicos, que devem estar plenamente integrados. O segundo passo é fortalecer as áreas das paróquias. Hoje os padres se reúnem uma vez por mês, mas não se sabe como o laicato está organizado. Segundo o bispo diocesano, essas são duas maneiras concretas de fazer acontecer a corresponsabilidade. “A engrenagem precisa estar conectada e sintonizada para saber das reais demandas das paróquias”, resumiu Dom Ricardo. A expectativa é que até 12 de março do próximo ano, quando haverá a assembleia sinodal com os resultados de todas as assembleias realizadas na diocese, já se possa observar os primeiros resultados desse debate.

Matéria: Lucilene Zafalon / Pastoral da Comunicação Diocesana