A epidemia da Aids é uma realidade desde 1980 e de lá para cá, muitas pessoas, organizações e setores da sociedade se empenham no controle da doença. Por decisão da Assembleia Mundial de Saúde com apoio da Organização das Nações Unidas (ONU), o dia 1º de dezembro foi estabelecido, em 1987, como o Dia Mundial de Luta Contra a Aids, com o objetivo de reforçar a solidariedade, a tolerância, a compaixão e a compreensão com portadores de Aids. Mais recentemente, esse foco foi estendido para o “dezembro vermelho”, um mês de conscientização e combate à Aids. O crescente aumento de casos justifica ampliar o período de conscientização sobre o assunto.
Foi pensando nisso que a vereadora Regininha (PT) requereu uma Audiência Pública na Câmara de Vereadores no Dia Internacional de combate à Aids. A vereadora lembrou que, esse ano, completam quase 40 anos do primeiro diagnóstico no Brasil e que, por muito tempo, a Aids foi usada para fortalecer o discurso de ódio e alimentar o preconceito contra a população de gays e bissexuais. “Essa audiência serve para mostrar a importância de políticas públicas de prevenção e de combate à doença. Rio Grande segue com taxas em crescimento e, portanto, precisamos pensar em um conjunto de estratégias para enfrentar essa pandemia que nos afeta há muito tempo”, destacou.
As organizações da sociedade civil local que operam no combate à Aids estavam presentes na audiência, incluindo a Pastoral Diocesana da Aids, representada por Vera Regina Vieira, a qual citou que uma das principais tarefas da Pastoral é mobilizar para informar, orientar e esclarecer a população sobre a epidemia de HIV. Ela informou que a Pastoral Nacional da Aids lançou esse ano, a campanha “Zero Discriminação - Zero Infecções - Zero Mortes”, enfatizando que a Aids não tem rosto, religião ou raça e, sim, tem prevenção e tratamento.
Para o vereador Júlio Cesar da Silva (PMDB), a relevância do tema também é a de mostrar as várias maneiras de pensar a realidade dessas pessoas com HIV/AIDS. Vera Vieira explanou que esse serviço da Igreja em torno da Aids é uma tarefa muito importante no objetivo de prevenir, de assistir. “É um desafio que não pode ser enfrentado isoladamente. Precisa estar articulado em parcerias com serviços de saúde e todos os setores da sociedade civil que trabalham nas mais diversas especialidades da doença”, explicou. Para a agente pastoral, diante das dificuldades encontradas, o Dia Mundial de Luta Contra a Aids é muito oportuno, pois cria espaços de diálogo e debate com os programas de Aids. “Toda essa reflexão ajuda na busca de políticas que detenham o HIV e melhorem a qualidade de vida das pessoas que convivem com a Aids”, comentou.
O planejamento da Pastoral prevê inúmeras ações, organizadas nos municípios e paróquias onde os agentes pastorais atuam, na expectativa do alcance do maior número possível de pessoas, levando informação e orientação sobre a Aids e sobre o teste de HIV. Em Rio Grande, existem grupos de autoajuda com encontros semanais; aconselhamentos e encaminhamentos para tratamento; busca de alimentação da secretaria de ação e cidadania; busca de direito à transporte; visita domiciliar (quando permitido); visita ao hospital e ações para autoestima. E no terceiro domingo de maio, ocorre a Vigília pelos mortos de AIDS. Quem precisa de ajuda nessa área pode procurar o Centro de Pastoral na Rua João Alfredo, para ver qual paróquia pode auxiliar.
Matéria: Lucilene Zafalon / Pastoral da Comunicação Diocesana