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            O Santuário de Nossa Senhora de Fátima estava lotado nessa primeira noite da novena em honra à padroeira, ainda mais laureado com a graça de poder celebrar a Missa Diocesana de Despedida de nosso querido pastor, Dom Ricardo Hoepers, que está partindo para Brasília nos próximos dias, para assumir como Secretário-Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) para o quadriênio 2023-2027.

            Na celebração feita na Casa da Padroeira da Diocese, com especial liturgia preparada pelo Colégio Marista São Francisco, estavam padres, religiosos, religiosas, leigos e leigas de várias paróquias e movimentos da Diocese do Rio Grande, todos muito emocionados pela despedida daquele que, nesses sete anos de episcopado, soube cativar com sua leveza e carisma. Dom Ricardo frisou ter um agradecimento profundo por esses sete anos em que foi possível estar junto de todos, trabalhando pela fé. “Peçamos a Maria que nos dê a graça de perseverarmos na fé, sob proteção do seu manto”.

            Para ele, foi um tempo bom, de bênção, no convívio com cada um, que possibilitou a ele aprender mais. “Vocês me receberam muito bem, com amor e carinho. E por isso, como diz o salmista, cantarei eternamente esse amor de Deus por ter me colocado diante de grandes amigos, autoridades e lideranças locais, que me ensinaram o compromisso de pessoas sérias que querem o bem da comunidade”.

            Da mesma forma, diz ter sido uma grande graça conhecer um povo cheio de fé que luta para conquistar o seu espaço. Ele entende que é uma herança recebida de nossos pais, de nossa história. “Encontrei um povo simples que me ensinou o amor a Deus”. Diante disso, destacou que os padres do nosso presbitério são um grande tesouro, cada um com sua liderança, com uma experiência, que se tornou um verdadeiro grupo de amigos e de irmãos. “Cuidem com amor dos padres de vocês. O bispo, sem os padres, não faz nada”. E pediu perdão pelos momentos em que teve de atuar como um pai ou um irmão, em que possa não ter sido aquele bispo que esperavam.

            Também agradeceu pelos religiosos e religiosas que passaram pela Diocese, com seus carismas. E pela juventude que está tentando achar seu espaço na sociedade. “Os jovens precisam ser prioridade de todas as lideranças, pois eles são o futuro de nossa igreja”, salientou. Louvou e agradeceu a Deus ainda pelas vocações, alertando que é preciso cuidar dos valores cristãos que vêm sendo diluídos, lembrando que a família é onde tudo começa e que ali tais valores precisam ser cultivados.

            Por fim, Dom Ricardo agradeceu a Nossa Senhora de Fátima por toda essa amizade cultivada nesses sete anos na Diocese do Rio Grande, especialmente pela calorosa recepção de Dom José Mario. “Rezem por mim nessa nova etapa. Estou indo para lá como riograndino, onde aprendi a ser uma pessoa melhor. Somos servos em tudo, fizemos tudo o que deveríamos fazer para servir a igreja”, destacando que, para os cristãos, não existe distância geográfica. “É tudo Reino de Deus. Portanto, onde estivermos, façamos o nosso melhor”.

Carinho e emoção - Ao final da celebração, muitas homenagens e palavras carinhosas. Representando o clero, o padre Cleomar agradeceu a Dom Ricardo, na certeza de que “o amor de Cristo nos uniu nesse tempo de graça em que vivemos e aprendemos juntos, desejando que seja fecunda e cheia de êxito sua nova missão”. Já o padre Isidoro, sacerdote salesiano, representando os religiosos e religiosas, frisou a gratidão pelo apoio e presença amiga e fraterna junto aos religiosos, desejando que “nas terras áridas de Brasília, ele se lembre do encontro das águas doces e salgadas do Rio Grande”.

Pelos leigos, o casal Nilson e Marlise Geri, destacaram que recebemos um bispo que cativou a todos com simplicidade, amizade e principalmente pelo seu sorriso. Mas que a vontade de Deus se realize e que também é uma graça poder partilhar o nosso bispo para esta nova e importante missão junto a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil). E por fim, o prefeito Fábio Branco lembrou que sempre se sentiu muito bem em estar do lado de Dom Ricardo que considera ter sido uma benção para a cidade do Rio Grande. “Além do seu sorriso, o senhor diz a todo instante que Deus nos cura”. O prefeito citou Eclesiastes, dizendo que chegou o tempo de construir novas pontes e nós seguiremos adiante como pessoas melhores que nos tornamos junto do nosso bispo.

Após o Padre Péterson, reitor do Santuário de Nossa Senhora de Fátima, entregar uma lembrança em nome do santuário, Dom Ricardo concluiu que todas essas palavras bonitas expressam um sentimento real de amizade. Pediu que os seminaristas e o reitor do seminário de Pelotas levassem seus agradecimentos pelas acolhidas tanto de Dom Jacinto Bergmann (Arquidiocese de Pelotas) como de Dom Cleonir Dalbosco (Diocese de Bagé). E terminou a sua fala, emocionado, dirigindo a sua mãe, dona Doraci, frisando que, se está aqui nessa missão, é essencialmente graças a sua família, como ele já havia destacado, onde devem ser cultivados os principais valores cristãos.

Lucilene Zafalon

Jornalista Pascom Diocese do Rio Grande

Fotos: Rodrigo de Aguiar