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No último sábado 24 de agosto, dia de São Bartolomeu, em Missa realizada na Igreja Sagrada Família, Dom Jorge Pierozan tomou posse como o 4º Bispo da Diocese do Rio Grande. Com a presença de autoridades civis e militares, arcebispos, bispos, presbíteros,  diáconos  e  religiosos,  o  novo pastor foi aclamado e acolhido com alegria, em Ação de Graças por essa boa nova tão esperada pela comunidade católica do  Rio  Grande,  Mostardas,  Tavares, São José do Norte, Santa Vitória do Palmar e Chuí.

Após a leitura pelo Padre Gil Pereira Junior, até então Administrador da Diocese do Rio Grande, da Bula do Papa Francisco, nomeando o novo bispo da Diocese do Rio Grande, Dom Jorge Pierozan tomou posse a partir da passagem do báculo por  dom  Jacinto  Bergmann,  Arcebispo  da Arquidiocese de Pelotas. Na ocasião, o Metropolita saudou o novo bispo, dizendo ser um momento singular para a Diocese do Rio Grande e agradeceu o Padre Gil por ter conduzido com carinho no tempo vacante. Dom Jacinto pesquisou o significado da palavra Pierozan, tendo descoberto que Piero (pietro) vem do latim e significa pedra. Já Zan quer dizer “presente gracioso a Deus”. “É isso que és para a diocese, para a província e para o regional, um presente gracioso de Deus", afirmou Dom Jacinto, ressaltando que o sim de Dom Jorge foi de um amor enorme a essa igreja particular.

Em seguida, o padre Gil convidou  os  presbíteros e diáconos de Rio Grande para manifestarem a alegria, o respeito e a amizade ao trabalho que se inicia. Todos cumprimentaram Dom Jorge num ato de amor e carinho ao novo líder pastoral. O novo bispo da  Diocese  do  Rio  Grande  disse  que  estava  ali  para renovar o compromisso que assumiu com a nossa fé. “O bem é mais forte que o mal, a vida é mais forte que a morte. Só a fé nos dá essa certeza. Sejamos uma presença do céu na vida das pessoas”, frisou. Dom Jorge também conclamou a todos que não tenham medo, que nada os amedronte. “A nossa vida, a nossa  história  tem  um sentido. Aí entra a nossa missão de um bispo diocesano”, explicou Dom Jorge que, para melhor elucidar, leu o Cânone 387 sobre as responsabilidades de um bispo, entre elas, ser solícito com todos os fiéis sob sua responsabilidade, mas também cuidar de quem se encontra temporariamente, como é o caso do povo circense e ciganos, por quem tem um carinho especial.

Dom Jorge garantiu ainda  o  seu  desejo  de  tornar  conhecido  o  mistério  pascal em todos os recantos dessa Diocese. “Quero que muitos entrem comigo nessa maravilhosa aventura de juntos, buscarmos a Deus”. Para isso, lembrou a situação, em vários locais do mundo, onde os cristãos são perseguidos e algumas vezes mortos, muitas vezes na solidão e tristeza ou tendo que exercerem a fé escondidos. “Aqui temos todas as facilidades e, mesmo assim, colocamos empecilhos para sermos cristãos e praticar a nossa fé”, ponderou.

Várias autoridades eclesiais estavam presentes na cerimônia de posse canônica de Dom Jorge Pierozan. Entre elas, Cardeal Dom Odilo Pedro Scherer (arcebispo da Arquidiocese de São Paulo), Dom  Jaime  Spengler (Arcebispo Metropolitano   de   Porto   Alegre  e   Presidente da CNBB), Dom   Jacinto   Bergmann   (Arcebispo da Arquidiocese de Pelotas), Dom Leomar Brustolim (Arcebispo da Arquidiocese de Santa Maria), Dom Cleonir DalBosco (Bispo da Diocese de Bagé), Dom Juarez Albino Destrói (Bispo Auxiliar de Porto Alegre e referencial da Pascom Regional Sul 3), Dom João Salmo (Bispo da Diocese de Novo Hamburgo) e Dom Bertilo João Morsch (Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Porto Alegre), Dom Júlio Endi Akamine (Arcebispo de Sorocaba).

Ao final da Santa Missa, após as saudações finais, Dom Leomar Brustolim (Arcebispo da Arquidiocese de Santa Maria e presidente da Comissão Episcopal para a Animação Bíblico-Catequética da CNBB) deu as boas-vindas ao novo bispo da Diocese do Rio Grande, clamando os princípios da sinodalidade, lembrando que as águas baixaram, mas ainda persistem muitos problemas decorrentes da catástrofe climática no Estado. E também da colegialidade, convidando-o a participar dos encontros promovidos pela CNBB. Já o Cardeal Scherer, que conviveu com Dom Jorge por mais de 30 anos, recordou três pontos que considera importantes na bula Papal. “Primeiro: recebam bem o seu bispo, segundo: amem o seu bispo e terceiro: colaborem com seu bispo. Dom Jorge, dito isto, você está entregue”, finalizou.

Dom Jorge estava visivelmente emocionado com tantos representantes da Diocese de São Paulo presentes no evento. O novo bispo, embora sendo gaúcho, nascido na pequena cidade de Vanini, completou seus estudos, foi ordenado Diácono, Padre e Bispo na Arquidiocese de São Paulo, onde residia há quase 33 anos.  Até   os dias atuais, toda a sua atividade eclesiástica esteve vinculada na Arquidiocese de São Paulo,   onde   atuava   como   Bispo-auxiliar   e   Vigário Episcopal na Região Episcopal Santana. Dom Jorge considerou que era um dia de júbilo para ele, agradecendo a presença de muitos padres, bispos, diáconos e leigos que vieram de São Paulo para prestigiar a sua posse. Aos novos colegas da região, afirmou ser o seu desejo, principalmente, se aproximar e acima de tudo, servir. E lembrando um trecho de uma poesia gaúcha, convocou a todos “a não verem o mundo por frestas” e serem “obedientes à verdade”, como diz o seu lema episcopal é In Oboedientia Veritati (1Pd 1,22). “ Rezem por mim para que eu possa ensinar, santificar e governar”, conclamou o novo bispo da Diocese do Rio Grande.

Lucilene Zafalon / Jornalista

João Paulo Ceglinski / Fotos

Pastoral da Comunicação