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Provinciais participam da Assembleia Evangelizadora do Sul 3
07/06/2017

Por Judinei Vanzeto (Sul 3)

Na manhã desta quarta-feira, 7 de junho, bispos e provinciais das congregações masculinas e femininas presentes no Rio Grande do Sul tiveram um diálogo de mãos dadas, no Centro de Espiritualidade Cristo Rei (Cecrei), em São Leopoldo (RS). Conforme Dom Ricardo Hoepers, a celebração de abertura enfatizou os 60 anos da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB/RS).
Na mesa de abertura, a presidente da CRB/RS, Ir. Paula Schneider, FPCC, lembrou que os religiosos estão presentes na vida das pessoas mais empobrecidas e isso é o que a CRB/RS celebra nestes 60 anos no Rio Grande do Sul. Uma coisa é desenvolver um projeto e outra coisa é viver com os mais pobres. O povo nos quer lá entre eles, frisou.
O vice-presidente do Regional Sul 3 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e Bispo de Erexim, Dom José Gislon, apresentou os temas tratados na última Assembleia Geral da CNBB e destacou a importância das escolas católicas, os 300 anos de Aparecida como um marco nas diretrizes da Igreja do Brasil. Lembrou as associações de fiéis e novas comunidades que estão presentes nos lugares aonde a Instituição não alcança. 
Dom Gislon mencionou a preocupação da Igreja na formação de Ministros da Palavra para atender as comunidades que não tem pessoas preparadas para conduzir a celebração. É um olhar da Igreja que culminará num documento em 2018. Esta realidade é muito presente na região Amazônica.
Outra preocupação da Igreja é a necessidade de conduzir as pessoas a uma experiência pessoal com Cristo. Para isso há o projeto da Iniciação à Vida Cristã que vai além da catequese e busca atingir a todos os membros da comunidade. Para isso, conta-se com a presença da vida consagrada, sobretudo, naquelas realidades mais fragilizadas de nosso povo, solicitou dom Gislon.
CRB/RS missionária
A presença dos religiosos no Haiti é uma marca do Evangelho. A CRB tem um testemunho muito forte no atendimento dos mais abandonados. Dom Gislon falou sobre projeto Missionário do Regional Sul 2 que envolveu desde de crianças até os adultos em prol da missão em Guiné-Bissau. A vida religiosa percorre um grande caminho dentro e fora do país, mas que passa por desafios com a diminuição de membros, porém continua sendo um grande testemunho e esperança para a Igreja, testemunhou Dom Gislon.
Ir. Paula comentou sobre o grande número de religiosos de congregações do Sul que enviaram e enviam missionários e missionárias para outras regiões do Brasil e do mundo. Quando estes membros retornam após anos de trabalho, voltam doentes, cansados e com necessidade de amplo cuidado com a saúde e são as congregações que assumem o cuidado para aqueles e aquelas que doaram sua vida na missão.
Realidade dos religiosos
O arcebispo Metropolitano de Porto Alegre e presidente do Regional Sul 3 da CNBB, dom Jaime Spengler, apresentou alguns ninais de preocupação com a vida religiosa e a animação vocacional. Nos últimos sete anos dados apontam que cerca de 13 mil religiosos abandonaram as congregações e o Brasil está em primeiro lugar nas desistências.
Segundo Dom Jaime, as causas são as mais diversas e estão relacionadas à vida fraterna, afetividade e crise pessoal. Há quatro tipologias de pessoas que deixam a vida religiosa. Aquelas pessoas que depois de um sério processo de discernimento e responsabilidade e pedem para sair. Outras que nunca deveriam ter deixado a vida consagrada. Outras deixam pela absoluta falta de vocação e aquelas que permanecem não conseguem superar situações de crises.
O Arcebispo de Porto Alegre explicou ainda que nem todos os abandonos sejam consequências de infidelidades, mas há carência de discernimento desde os primeiros passos até a consagração definitiva. Segundo ele, há seis pontos que devem ser levados em consideração na vida do ser humano: O medo de compromissos, a necessidade de dar respostas a perguntas existenciais, a sociedade liquida e  a cultura de opções transitórias, comentou.
Hoje há a necessidade de clarificar a identidade da vida consagrada a partir do Vaticano II e encarnar a vida. Dom Jaime sugeriu que a vida religiosa seja apresentada de modo positivo e sem ocultar suas exigências. Apresentar a vida fraterna na sua beleza e exigência. Receber e oferecer uma formação apropriada aos dias atuais. A partir do Evangelho e inculturada em vista da fidelidade para uma afetividade sã e fecunda, sugeriu.
Também dom Jaime chamou à atenção que se dê mais importância a direção espiritual e a Jesus Cristo ao Invés de acentuar o trabalho do psicólogo e concluiu com uma mensagem do Papa Francisco: Todas as formas de vida consagrada, cada uma segundo as suas características, são chamadas a estarem em estado permanente de missão, compartilhando as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens de hoje, dos pobres, sobretudo, e de todos os que sofrem, concluiu o Prelado.

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